"A taxa de desemprego portuguesa ultrapassou a espanhola em Agosto deste ano, pela primeira vez em 20 anos.
Portugal foi um dos únicos três países da União Europeia onde o desemprego aumentou em Agosto face ao homólogo...
O nosso país regista agora a quinta taxa de desemprego mais alta da União e a terceira mais elevada da Zona Euro."
Pode ler o artigo completo em Agência Financeira:
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=860984&div_id=1730
Esta notícia é de há 2 meses mas vem a calhar para o início do ano.
Na mensagem de Natal do Primeiro-Ministro ele refere: "Nesta quadra, que é de reencontro e de celebração dos valores da família e da paz, o meu pensamento vai para o esforço que os portugueses fizeram para fazer do ano de 2007 um ano de recuperação e um ano de resultados positivos para o País."
http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Primeiro_Ministro/Intervencoes/20071225_PM_Int_Mensagem_Natal.htm
Está visto que o esforço dos portugueses não foi, nem nunca será, o suficiente.
O estado da nação poderia melhorar, se não houvesse administradores a ganhar 30 vezes o valor do salário médio do português comum (como referiu o Presidente da República)... e a receber carro novo da empresa todos os anos... e a ter cartão de crédito da empresa com despesas pagas... enquanto os trabalhadores dessas mesmas empresas estão a contrato precário recebendo salários de miséria.
Melhoraria de certeza se os patrões deste país não tivessem palas laterais nos olhos (como antigamente usavam os burros, para só olharem em frente) e não fossem tão obtusos... Se enfiassem nessas cabecinhas com cérebro de galinha que, para obterem resultados positivos, todos temos de nos esforçar, não são só os que estão na "mó de baixo".
É preciso produzir com qualidade, mas também ter métodos de trabalho e conhecimentos de gestão para que se atinjam níveis mais elevados da tão almejada produtividade. E isso não se faz à custa dos desgraçados do costume, que mal têm para comer!
Como refere também o Público, sobre a mensagem de Ano Novo do Presidente da República, "...apesar do novo pacote legislativo, Cavaco considerou que o funcionamento do sistema de justiça continua a ser “um obstáculo ao progresso económico e social do país”.
O Exm.º Sr. Eng.º Primeiro-Ministro acha que é este ano que Portugal vai entrar nos eixos e vamos começar a viver melhor. Isto só poderá acontecer também se a justiça funcionar e se aqueles que roubam os empregados não saírem impunes. Todos os dias há empresários que deixam os seus trabalhadores na penúria, com salários em atraso, e desaparecem de circulação, para não serem responsabilizados pelos seus actos, apesar de terem até outras empresas e todos saberem onde eles se podem encontrar.
Além de tudo isto, devia investir-se na prevenção da doença, em vez de se gastarem fortunas em tratamentos depois do mal estar feito. As doenças profissionais estão a aumentar de dia para dia, muitas relacionadas com o uso dos computadores e com os trabalhos repetitivos. Muitas delas poderiam ser evitadas se houvesse uma fiscalização eficaz às empresas e se a medicina do trabalho não fosse só um título pomposo na legislação nacional.
Mas não, neste aspecto nada funciona. Depois das pessoas contraírem estas doenças causadas pelo trabalho, não têm assistência médica da empresa e têm de lutar muito para que o Estado comparticipe nas despesas da sua recuperação, chegando a esperar 6 meses para ter o reembolso dessas despesas!
Por tudo isto, e muito mais, não me parece que o optimismo exagerado do Sr. Primeiro-Ministro se justifique!
